segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A pobreza, a feiura e a importância do mundo particular de cada um

Hoje eu estava andando no centro da cidade. O centro de um lugar nunca é bonito. Acho talvez que nada onde existe comércio é bonito. O trânsito estava engarrafado, o calor abafado me deixava sem ar e havia ainda os camelôs gritando, as ruas cheias de sujeira, buzinas tocando, catadores de lixo brigando pelo espaço com os carros, enfim, o inferno de Dante. Para não enlouquecer fiz o que sempre gosto de fazer quando estou prestes a explodir: comecei a a observar os transeuntes, os vendedores das lojas, os artifícios para atrair a clientela. Por um instante imaginei uma rua de Paris no centro da cidade. Os rostos das pessoas, a última moda, os perfumes caros, mulheres bonitas de doer, ricas, poderosas... O contraste com os rostos que estavam na minha frente era gritante. No centro da cidade vão as pessoas que geralmente tem menos dinheiro e não podem gastar nos shoppings. As promoções em mercados assim são sempre em conta. Por que a pobreza geralmente está associada à feiura? Mulheres gordas com roupas apertadas, moldando ainda mais uma silhueta nada agradável. Peles ressecadas, mãos grosseiras, mau gosto nas combinações de roupa, calçados, acessórios...Cabelos desalinhados ou pintados, a raiz aparecendo e fazendo cabeças de duas cores...Apesar de estar num carro (93), eu me senti como um deles...Não tenho uma beleza estonteante, não sou gostosa, não páro o trânsito...Vi mães agarrando filhos, filhas escolhendo compras com as mães e percebi então que o mundo de glamour que entra em nossas casas através da televisão e das revistas nos trazem ícones que consciente ou inconscientemente tentamos imitar...Mas só conseguimos ficar mais esdrúxulos, esquisitos, traindo a nós mesmo naquilo que realmente somos. Os famosos são amados por muitos... São idolatrados, arrancam suspiros por onde passam, se estalarem um dedo tem milhares a seus pés, dispostos a fazer qualquer coisa para agradá-los...Nós, os comuns, que passamos um pelo outro sem notar, nós temos o nosso mundo particular. E nesse mundinho, restrito, nós queremos ser amados. Por isso é tão importante nossas famílias. Elas se importam, fazem algazarra com nossa presença, querem tirar fotos de nosso lado, sentem saudades quando partimos, fazem festas surpresas onde nós viramos centro de atenção. Comemoram nossa formatura e as vezes nos fazem discursos. Precisamos desse mundinho particular embora sabendo que se um famoso aparecesse de repente, nós esqueceríamos tudo e correríamos direto para lhes pedir autógrafos. Acho horrível foto com famoso. Elas me deixam mais feia, mais pobre e mais sem graça. Prefiro com os meus. Eles são parecidos comigo.

3 comentários:

  1. kkkkkkkkk
    gostei oh ^^
    rsrsrs
    se garante. . .
    eu criei o meu
    http://karineferrer.blogspot.com

    te amooo s2
    (sobrinha)

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  2. Se tu tiver alguém que gostaria de ler manda um e-mail indicando...a gente se propagandeia...rsrsrsr

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