quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hoje a minha mensagem é meio escatalógica. Fui assistir 2012. Tirando os chavões e a chatice de ver os Estados Unidos salvando e dando lição de moral no resto do mundo, o filme faz-me pensar algumas coisas bem interessantes. A primeira delas é da possibilidade de que isto realmente aconteça. E a pergunta é: e se acontecesse? Política, Economia, Justiça, Riquezas, Edifícios, Bolsas de Valores...tudo perderia completamente o sentido. Roubar pra que? Matar por que? chorar por quem se todos vamos morrer? Prisões prá que? Lembro a música de Raul Seixas: No dia em que a terra parou...nossos lençóis macios, nossas trancas fortalecidas, nossa água quente no chuveiro, nosssos bolos ornamentais, nossos muros altos...tudo caindo e perdendo a razão de ser...Não ter o que salvar nem como salvar...Penso que o mundo está sempre findando para alguém e que um dia o será para mim. Então por que tanto medo do fim do mundo? Tudo tem fim mesmo, por que não o mundo? Lembro-se de um texto de um filósofo de nome complicado e que se chamava "O diálogo entre um gnomo e um duende. Certo dia eles sairam de suas tocas e viram que não havia mais ninguém, somente eles. E pasmo, o duende exclamou: Meu Deus, como isso pode ter acontecido? Ao que o gnomo respondeu: por acaso é a existência do homem que decide se o sol levanta ou se põe? Ou a natureza se preocupa com o frio ou o calor que mata? A natureza continua e o homem é só um pontinho no universo...Nada está para ele. Tudo está para Deus que na sua imensa bondade e sabedoria, compartilha com os homens.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Hoje eu não tenho para dizer...Tô vazia de inspiração...sem aquele frufru debaixo do coração saber como é? Não me lembro de observado nada que valesse um devaneio. Tem dias que é assim mesmo. Hoje é esse dia!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A família, o trânsito e a bicicleta

A minha postagem de hoje tem a ver com uma cena simplória mas cheia de significado. Os personagens desta cena são simplesmente um homem, uma mulher e uma criança. Todos em cima de uma bicicleta. Eles pararam vizinho ao ônibus que eu estava enquanto o sinal ficava vermelho. Ele olhou para trás, apoiando-se numa única perna, como se para ver se sua família ainda estava ali. Fiquei pensando: eles estão indo de bicicleta para economizar uns trocados das passagens. Acredito que só a falta de dinheiro levaria um homem a se expor num trânsito louco com sua mulher e seu filho pequeno. Sabe-se lá que distância, se perto, se demasiadamente longe, mas todos juntos. Ele era o guia e o motorista. Conversando com o namorado da minha filha certo dia, ele dizia-me que certa vez quase morrera quando a cadeirinha que ele ia e que ficava na frente virou. Estavam num cruzamento movimentado e o pai não podia parar. A mãe estava na garupa. O pai o segurara pela gola da camisa e assim prosseguiu com a outra mão no guidon até passar o perigo. O sinal abriu e nós todos seguimos nossos caminhos. Uns nascem e vivem a vida toda sem saber o que é andar de bicicleta por falta de dinheiro pro ônibus. Não sei se serve de consolo mas lá na frente, ficamos engarrafados. Dentro de instantes eu o vi novamente passar por nós e irem embora livres, sem precisar de parar nem de esperar por ninguém...Coisas da vida!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A pobreza, a feiura e a importância do mundo particular de cada um

Hoje eu estava andando no centro da cidade. O centro de um lugar nunca é bonito. Acho talvez que nada onde existe comércio é bonito. O trânsito estava engarrafado, o calor abafado me deixava sem ar e havia ainda os camelôs gritando, as ruas cheias de sujeira, buzinas tocando, catadores de lixo brigando pelo espaço com os carros, enfim, o inferno de Dante. Para não enlouquecer fiz o que sempre gosto de fazer quando estou prestes a explodir: comecei a a observar os transeuntes, os vendedores das lojas, os artifícios para atrair a clientela. Por um instante imaginei uma rua de Paris no centro da cidade. Os rostos das pessoas, a última moda, os perfumes caros, mulheres bonitas de doer, ricas, poderosas... O contraste com os rostos que estavam na minha frente era gritante. No centro da cidade vão as pessoas que geralmente tem menos dinheiro e não podem gastar nos shoppings. As promoções em mercados assim são sempre em conta. Por que a pobreza geralmente está associada à feiura? Mulheres gordas com roupas apertadas, moldando ainda mais uma silhueta nada agradável. Peles ressecadas, mãos grosseiras, mau gosto nas combinações de roupa, calçados, acessórios...Cabelos desalinhados ou pintados, a raiz aparecendo e fazendo cabeças de duas cores...Apesar de estar num carro (93), eu me senti como um deles...Não tenho uma beleza estonteante, não sou gostosa, não páro o trânsito...Vi mães agarrando filhos, filhas escolhendo compras com as mães e percebi então que o mundo de glamour que entra em nossas casas através da televisão e das revistas nos trazem ícones que consciente ou inconscientemente tentamos imitar...Mas só conseguimos ficar mais esdrúxulos, esquisitos, traindo a nós mesmo naquilo que realmente somos. Os famosos são amados por muitos... São idolatrados, arrancam suspiros por onde passam, se estalarem um dedo tem milhares a seus pés, dispostos a fazer qualquer coisa para agradá-los...Nós, os comuns, que passamos um pelo outro sem notar, nós temos o nosso mundo particular. E nesse mundinho, restrito, nós queremos ser amados. Por isso é tão importante nossas famílias. Elas se importam, fazem algazarra com nossa presença, querem tirar fotos de nosso lado, sentem saudades quando partimos, fazem festas surpresas onde nós viramos centro de atenção. Comemoram nossa formatura e as vezes nos fazem discursos. Precisamos desse mundinho particular embora sabendo que se um famoso aparecesse de repente, nós esqueceríamos tudo e correríamos direto para lhes pedir autógrafos. Acho horrível foto com famoso. Elas me deixam mais feia, mais pobre e mais sem graça. Prefiro com os meus. Eles são parecidos comigo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Felicidade sem nenhum motivo

A vida contemporânea tem um uma compulsão pela felicidade. Temos que tentar ser felizes 24 horas ininterruptas sob pena de sermos considerados depressivos e somos rapidamente aconselhados a procurar um psicólogo, a tomar antidepressivos, enfim. Somos ainda obrigados a cumprir uma rotina estonteante de cuidar dos outros, cuidar de si mesmo, cuidar do meio ambiente e cuidar da alma e do espírito. Ufa, isso cansa as vezes. Mas para sermos felizes é preciso que tenhamos motivos para isso. E as vezes esses motivos falham, faltam ou desaparecem. O que nos resta? Tentar ser felizes de qualquer jeito. E então começa o sofrimento para se obter a felicidade. Mas existe uma sensação, que eu experimento vez em quando, que eu gostaria de compartilhar com vocês. Ela independe de qualquer coisa, acontece do nada e apesar de. Começa com um pensamento em Deus. Depois vem a alegria de se estar viva. Sim, viva. Respiro fundo e imagino que existe ar em abundância desde que nasci e que nunca me faltou. Estou viva e respirando. Meu coração bombeia o sangue que preciso para me manter em pé. Meus rins filtram as impurezas do que consumo. Estou viva. Poderia ter morrido ontem, mas ainda estou aqui. Por que? Não sei. Não sou melhor nem pior que ninguém mas já percorri 46 anos nesta terra estranha, linda e cruel. Continuo respirando fundo e deixo que mais ar entre nos meus pulmões. O pensamento vai direto a Deus...Voce certamente existe, não tenho dúvidas. Meu Pai, mas esta é uma revelação assombrosa...Voce existe e se existe, é maravilhoso que tenha me criado. Por que me criaste? Sinto-me então especial. Imagino o dia em que fui gerada... todas as coisas que concorreram para que isto acontecesse...a vontade de meus pais...o tempo certo e aqui estou eu. Poderia ter morrido no parto, na infância, mas a vida me trouxe até aqui, para viver esse momento. Sinto Deus me energizando...Me arrepio e tenho a sensação de que vou ser transportada para alguma dimensão...Tenho vontade de falar mas não encontro palavras...Quero dançar e danço...balbucio Obrigada meu Pai por esta sensação...E olhe que isto pode acontecer no meio de problemas intensos, crises financeiras, dor. Apenas quando começa, eu deixo que venha e a impressão que tenho é que sou imenso louvor ao Criador.